Auto
de Natal 2013
Numa casa humilde da cidade residia uma família composta
pelos pais, dois filhos (a Maria e o António) e a avó materna (Dona Feliciana)
que após um acidente ficou condicionada a uma cadeira de rodas.
Viviam com parcos rendimentos muito em virtude da crise
que se sentia no País.
Por isso mesmo em véspera de Natal o casal tinha de ir
trabalhar e deixar os filhos aos cuidados da avó que embora inválida, estava
sempre atenta às brincadeiras dos netos.
Aquele rosto amargurado e marcado pelas rugas criadas
pela adversidade da vida, iluminou-se com uma ideia que se aflorou ao
pensamento. Chamou pelas crianças e comunicou-lhes a ideia de surpreender os
Pais com a feitura da consoada de Natal, pelo fato de chegarem tarde.
Logo a Maria replicou de não terem nada para fazer a
consoada.
O António informou de só haver 3 ovos e um pacote de
leite… a Maria revirando-se em procura de algo, descobre um pacote de farinha e
alguns pães secos. Sobre o lamento das crianças pelo pouco que tinham
encontrado a avó afirmou-se, dizendo que do pouco se poderia fazer muito se
pusessem a imaginação a trabalhar e fazer as coisas com amor. Pediu que lhe
chegassem as coisas os pães a água o açúcar e limão. Aos poucos, os aromas começaram
a libertar-se e as crianças surpreendem-se de como em pouco tempo a avó
realizou uma travessa de saborosas rabanadas. Ouve-se entretanto a voz
interrogativa de Maria querendo saber o que se poderia fazer com os ovos e o
leite. Ao que se junta também António a perguntar o que fazer com a farinha.
Como num passo de mágica a avó surpreende as crianças com uma travessa de leite-creme
feita com todo o empenho e carinho visto em tempos ser uma cozinheira de mão
cheia e que naquele dia perante as necessidades fizera renascer os seus dotes.
O entusiasmo da avó transpareceu para as crianças que
foram as gavetas levantar os melhores pratos uma toalha que avó tinha bordado e
de nada juntamente com coisas guardadas do ano transato se fizeram os mais
bonitos enfeites para a mesa de natal.
Já a horas tardias os pais chegaram, cansados e até com
um certo desanimo mas ao verem o ambiente de alegria amor e colaboração
existente em casa, ficaram radiantes. Foi só cozer as batatas e o bacalhau,
para completar a consoada, feita naquele ambiente de alegria amor e colaboração
entre todos.
È na adversidade e perante as dificuldades que devemos
ser fortes, unidos e solidários.
Certamente esta humilde consoada foi recheada de amor,
carinho e colaboração.
Foi um Natal inesquecível.
Já todos sentados à mesa, o pai liga a televisão e que
linda imagem do presépio de Belém está a transmitir a R.T.P. 1.
Todos se levantam entusiasmados e dizem:
Glória in excelsis Deo
Glória in excelsis Deo
A pedido da avó as crianças disseram um poema que tinham aprendido
na escola!
E então os dois filhos dizem um poema em frente à
televisão.
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